Por Paula Resende e Vitor Santana, G1 GO


Paralisação de caminhoneiros provoca falta de combustívies em postos de Goiás

Paralisação de caminhoneiros provoca falta de combustívies em postos de Goiás

O quarto dia de bloqueio de rodovias por caminhoneiros em Goiás que protestam contra o aumento do diesel provoca aumento dos combustíveis, cancelamento de voos e “superpromoção” de verduras na Central de Distribuição de Goiânia (Ceasa) para evitar perdas. Nesta quinta-feira (24), manifestantes também atearam fogo a pneus na GO-330, entre Ouvidor e Anápolis, um dos 33 pontos de bloqueio.

Os preços dos combustíveis aumentaram em todo estado. Em Luziânia, o valor do litro da gasolina subiu para R$ 5,99. Em busca de economia, motoristas lotam postos que estão com preços mais baixos.

A manifestação começou na segunda-feira (21) e cobra a redução no preço do óleo diesel. A categoria também exige a aprovação do Projeto de Lei 528, que estabelece um o piso para o frete de combustíveis no país.

Nesta quinta-feira, a juíza Ítala da Silva determinou, liminarmente, que os caminhoneiros liberem todas as vias bloqueadas no estado, no prazo de 24 horas, a partir da intimação dos sindicatos. Se não atenderem à determinação, a magistrada ordenou o pagamento de multa de R$ 200 mil por dia.

Na terça-feira, uma liminar determinou que os caminhoneiros liberassem as BRs 153 e 060 imediatamente. O documento do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) prevê multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da medida. No entanto, os atos continuam.

O G1 entrou em contato por mensagem, nesta manhã, com o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado e aguarda posicionamento sobre as decisões. Anteriormente, os manifestantes afirmam que só iam liberar os pontos após as reivindicações serem atendidas.

Na central de distribuição de alimentos, não chegam verduras, frutas e legumes de outras cidades e o estoque também não consegue ser distribuído. Para evitar que tudo estrague, comerciantes estão diminuindo o preço. A caixa de tomate, por exemplo, passou de R$ 60 para R$ 40.

“Mesmo assim, não está vendendo nada, ninguém está carregando por conta da greve dos caminhoneiros. Ninguém entra e ninguém sai”, disse o comerciante João Batista Araújo.

A paralisação também gerou prejuízo para produtores em Goiás. Fazendas de produção de leite precisaram descartar até 8 mil litros para poder continuar ordenhas. Imagens mostraram prateleiras esvaziadas em supermercado de Goiânia e alguns estabelecimentos já começaram a alertar, por meio de avisos, que pode haver falta de alguns itens.

Conforme apurou a TV Anhanguera, as unidades de Jataí da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Universidade do Estado de Goiás (UEG) suspenderam temporariamente as aulas até a próxima segunda-feira (28) por causa da paralisação.

Paralisação de caminhoneiros prejudica serviços em Goiás

Paralisação de caminhoneiros prejudica serviços em Goiás

Em uma distribuidora de botijões de gás da capital, só restam 16 unidades e não há previsão de quando haverá a entrega de uma nova remessa. “Eu, hoje, fecho as portas e só reabro o dia que chegar gás em Goiânia”, disse o presidente do Sindicato das Revendedoras de Gás, Zenildo do Vale.

Ele disse que a situação é a mesma em várias outras distribuidoras, mas a ordem é evitar especulação no preço do produto. “A gente não pode aceitar abuso de preço. A variação vai de R$ 72 a R$ 78”, completou.

Protesto contra alta no diesel ameaça fornecimento de botijão gás, em Goiânia

Protesto contra alta no diesel ameaça fornecimento de botijão gás, em Goiânia

Voos

O protesto também atingiu o setor de aviação civil. Dois voos da companhia Azul que sairiam de Goiânia, com destino a Campinas e Palmas, foram cancelados por por falta de combustível para os aviões. Outros dois que chegariam à capital também não decolaram. A companhia disponibilizou a remarcação de bilhtes sem custo para os clientes com viagens programadas até o dia 31 de maio.

Já a companhia Latam informou que, até as 15h desta quinta-feira não teve nenhum voo alterado em função da paralisação dos caminhoneiros. Para minimizar impactos aos passageiros, a empresa vai oferecer isenção de taxa de remarcação e diferenças tarifárias das passagens para novas datas.

Passageiros de voo adiado por falta de combustível se revoltam em Goiânia

Passageiros de voo adiado por falta de combustível se revoltam em Goiânia

Um documento da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) divulgado na quarta-feira (23) alertava para o risco de falta de combustível, na quinta-feira, para abastecer aeronaves no Aeroporto Santa Genoveva.

Questionada sobre a situação no terminal, a entidade informou apenas que "está monitorando o abastecimento de querosene de aviação por parte dos fornecedores que atuam nos terminais e já alertou aos operadores de aeronaves que avaliem seus planejamentos de voos para que cada um possa definir sua melhor estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível na origem e destino do voo".

"Aos passageiros, a Infraero recomenda que procurem suas companhias para consultar a situação de seus voos", orienta a Infraero.

A Associação Nacional das Distribuidores de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (Plural) informou, por meio de nota, que não tem informações específicas sobre o abastecimento de aeronaves em Goiânia. No texto, a instituição afirma que "hjá produto e caminhões para entrega".

Comerciantes apoiam paralisação de caminhoneiros em Goiás

Comerciantes apoiam paralisação de caminhoneiros em Goiás

Apoio

Alguns comerciantes em Jataí, no sudoeste de Goiás, decidiram também agir em apoio aos caminhoneiros. Eles fecharam as lojas por cerca de uma hora durante a tarde desta quinta-feira (24) e seguraram cartazes em suporte ao movimento.

Veja os pontos de bloqueio:

GO-060

  • Santa Bárbara de Goiás

GO-330

  • Trecho entre Ouvidor e Anápolis

BR-020:

  • Km 1 em Formosa
  • Km 11 em Formosa

BR-040

  • Km 10 em Luziânia
  • Km 95 em Cristalina

BR 050

  • Km 270 em Catalão
  • Km 273 em Catalão
  • Km 279 em Catalão
  • Km 283 em Catalão

BR 060

  • Km 190 em Guapó
  • Km 306 em Acreúna
  • Km 380 em Rio Verde
  • Km 388 em Rio Verde

BR 080

  • Km 116 em Barro Alto

BR 153

  • Km 76 em Porangatu
  • Km 432 em Anápolis
  • Km 201 em Uruaçu
  • Km 515 em Aparecida de Goiânia
  • Km 699 em Itumbiara
  • Km 703 em Itumbiara

BR 158

  • Km 157 em Caiapônia

BR 364

  • Kms 06 em São Simão
  • Km 08 em São Simão
  • Km 112 em Aparecida do Rio Doce
  • Km 193 em Jataí
  • Km 197 em Jataí
  • Km 300 em Mineiros

BR 414

  • Km 203 em Niquelândia
  • Km 394 em Corumbá de Goiás

BR 452

  • Km 135 em Bom Jesus de Goiás
  • Km 196 em Itumbiara

Ato nacional

O ato, que começou na segunda, ocorre em todo o país e cobra a aprovação do Projeto de Lei 528, que estabelece um o piso para o frete de combustíveis no país. Além disto, a categoria reivindica a redução no preço do óleo diesel e a criação de uma tabela compensatória, que pague aos motoristas por km rodado.

Na sexta-feira (18), a Petrobras anunciou o quinto reajuste diário seguido no valor do diesel, que começou a valer no sábado (19). A empresa elevou os preços do diesel em 0,80% e os da gasolina em 1,34% nas refinarias.

Na véspera, a companhia elevou em 1,80% o preço da gasolina, e subiu 0,95% o preço do diesel. No acumulado na semana, a alta chega a 6,98% nos preços da gasolina e de 5,98% no diesel. A decisão de repassar o aumento do valor da combustível cobrado pela Petrobras para o consumidor final é dos postos de combustíveis.

A Petrobras explicou que os combustíveis derivados do petróleo, como o diesel, têm o preço ligados ao mercado internacional e varia diariamente. Com isso, a estatal informou que não tem o poder de formar os preços. "As revisões de preços feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final ao consumidor", consta o comunicado.

Além disso, apenas metade do valor do diesel é de responsabilidade da Petrobras, sendo a outra parcela formada por impostos e outros tributos. Por fim, pontuou que "as distribuidoras não têm a Petrobras como seu supridor exclusivo e os demais produtores e importadores praticam sua própria política de preços".

Pelo 3º dia seguido, caminhoneiros mantêm bloqueios em rodovias de Goiás em protesto contra alta do diesel — Foto: TV Anhanguera/Reprodução

Aumento do diesel

Na sexta-feira (18), a Petrobras anunciou o quinto reajuste diário seguido no valor do diesel, que começou a valer no sábado (19). A empresa elevou os preços do diesel em 0,80% e os da gasolina em 1,34% nas refinarias.

Na véspera, a companhia elevou em 1,80% o preço da gasolina, e subiu 0,95% o preço do diesel. No acumulado na semana, a alta chega a 6,98% nos preços da gasolina e de 5,98% no diesel. A decisão de repassar o aumento do valor da combustível cobrado pela Petrobras para o consumidor final é dos postos de combustíveis.

A Petrobras explicou que os combustíveis derivados do petróleo, como o diesel, têm o preço ligados ao mercado internacional e varia diariamente. Com isso, a estatal informou que não tem o poder de formar os preços. "As revisões de preços feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final ao consumidor", consta o comunicado.

Além disso, apenas metade do valor do diesel é de responsabilidade da Petrobras, sendo a outra parcela formada por impostos e outros tributos. Por fim, pontuou que "as distribuidoras não têm a Petrobras como seu supridor exclusivo e os demais produtores e importadores praticam sua própria política de preços".

Veja outras notícias da região no G1 Goiás.

Preço do litro da gasolina sobe para R$ 5,99 em Luziânia — Foto: TV Anhanguera/ Reprodução

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