Por Marília Marques, G1 DF


1º Tribunal Internacional de Justiça pelas Águas, no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília — Foto: Sérgio Amaral/8º FMA

Em três dias de programação, cerca de 56 mil pessoas passaram pelo Fórum Mundial da Água, em Brasília, até esta quarta-feira (21). Os dados foram divulgados pelos próprios organizadores. O balanço indica que, com dois dias pela frente, o número de visitantes já superou a expectativa de 45 mil para toda a edição.

O fórum é considerado o maior do mundo sobre o tema água. Ao todo, mais de 300 painéis debatem assuntos relacionados aos recursos hídricos e sustentabilidade. A programação segue até sexta (23).

Nesta quarta (21), em uma das últimas sessões do dia, representantes do Brasil, Coréia do Sul – último país a sediar o evento - e Senegal – próxima nação-sede - debateram estratégias para que as diretrizes estabelecidas em todas as edições dos fóruns sejam efetivamente implementadas.

A proposta do painel também foi revisar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Como exemplo, o diretor de projetos Eduardo Boinet, da Rede Internacional de Fóruns, citou o aumento de ações de qualificação sobre questões relacionadas à água desde a última edição até 2018.

“A partir do que foi discutido no outro fórum permitiu-se criar o centro de educação sobre ciclos da água e saneamento. Espero também que no Senegal promovam a troca de experiências sobre treinamentos e desenvolvimento de capacidades.”

Na mesma mesa, representando o Brasil, o presidente da Agência Reguladora de Água (Adasa), Paulo Sales, citou o fato do tema “segurança hídrica para todos” ter sido menos abordado no 8º fórum, mas destacou como positivo que outros temas como o comprometimento com ecossistemas, financiamento, justiça e igualdade terem ganhado espaço no evento sediado no Brasil.

Criança brinca em simulador virtual durante o 8 Fórum Mundial da Água, em Brasília — Foto: Sergio Amaral/8º FMA

Fórum hi-tech

Tecnologia e inovação foram outros temas de destaque nas principais mesas do fórum, nesta quarta. Pela manhã, representantes de diversos países como Índia, Brasil e Alemanha mostraram como têm usado ferramentas como drones, aplicativos para celulares e o monitoramento via satélite para aperfeiçoar a gestão da água em cada uma das regiões.

Experiências de enfrentamento à seca também foram abordadas em um dos painés do fórum. Os debatedores divulgaram estratégias de como os governos e fornecedores de água potável e saneamento podem lidar com eventos extremos de escassez hídrica.

Rios como pessoas?

Uma outra mesa curiosa e bem procurada durante o terceiro dia do evento foi intitulada como “Direitos do Rio”. No painel palestrantes mostraram ao mundo o exemplo de um rio da Nova Zelândia, o Rio Whanganui, que ganhou o direito a ser reconhecido como “pessoa”.

A teoria de dar direitos à natureza foi proposta na década de 1970 e ganhou exemplos concretos e casos em todo o mundo nos últimos anos, como uma estratégia de defesa ambiental.

Menino indiano salta para mergulhar no rio Gânges, na cidade de Varanasi, considerada a mais sagrada no Hinduísmo — Foto: Rajesk Kumar Singh/AP

Outro exemplo levado à mesa foi do Rio Ganges, na Índia, que recentemente também conquistou a garantia de “direitos humanos”.

O objetivo das concessões, segundo os debatedores, é a preservação desses bens ambientais.

No mesmo contexto, do direito subjetivo dos rios, no Brasil, a mesa também citou foi o pedido feito ao Judiciário brasileiro para o reconhecimento do Rio Doce como "pessoa". O G1 não conseguiu mais detalhes sobre a tramitação.

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