Da Russa, chefe do tráfico na Praça Seca - Divulgação
Da Russa, chefe do tráfico na Praça SecaDivulgação
Por Adriano Araujo e Gabriel Sobreira

Rio - O chefe do tráfico na comunidade da Barão, na Praça Seca, Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, foi morto no Complexo do Lins em confronto durante a operação das Forças Armadas e polícias do Rio, na manhã deste sábado. O criminoso tinha mandados de prisão por tráfico de drogas e também era procurado há cerca de dois anos por possível envolvimento no estupro coletivo de uma adolescente, em 2016. Outros sete suspeitos morreram e 22 foram presos, além de armas e drogas apreendidas.

"Nossas operações estão integradas. Fazemos operações com Forças Armadas aqui na comunidade (da Praça Seca) para cumprimento de mandatos, mas a Polícia Militar está cercando e bloqueando vias de fuga desses criminosos basicamente pela região de matas aqui no entorno, que vai desembocar no Lins e na Cidade de Deus. Foi o caso desse criminoso que tentando se evadir foi alvo do cerco e foi a óbito no confronto", disse o porta-voz do Comando Integrado da Intervenção, coronel Carlos Cinelli.

Forças Armadas em operação nas comunidades da região da Praça Seca. Moradores são revistados durante ação - Severino Silva

"Tivemos no contexto dessa operação um traficante já há muito tempo procurado, que era o Da Russa, alvo importante no tráfico de drogas da região. É importante caracterizar que o resultado pontual é relevante, mas a projeção está nos interessando. Tiramos de circulação um traficante importante, a quantidade de fuzis, armamentos apreendidos, dando uma desmantelada nessa área do tráfico de drogas", explicou o coronel.

Em balanço divulgado às 11h30 pelas Forças Armadas, 22 pessoas foram presas, além da apreensão de 16 pistolas, cinco fuzis, duas granadas, grande quantidade de drogas ainda não contabilizadas, rádios, celulares e seis carros recuperados. Também foram removidas três barricadas colocadas por traficantes nos acessos às favelas da região.  

Fuzil com luneta apreendido em operação. Duas granadas também foram encontradas - Divulgação
 

Cinelli explicou como foi realizada a operação, que começou na noite desta sexta-feira. A mudança de horário ajudou no "êxito".

"A operação foi nos moldes das anteriores, mas optamos por fazer o cerco à noite porque visualizamos que hoje pela manhã o cerco seria mais efetivo na participação da Polícia Civil no cumprimento de mandatos. E deu certo. Tivemos um cerco a partir das 23h, com nossos militares das Forças Armadas. Houve pequena confrontação porque as operações especiais da Civil e Militar entraram nas comunidades, mas isso rapidamente foi debelado. Hoje pela manhã a área cercada iniciou-se o cumprimento de mandatos da Polícia Civil. Temos um saldo bastante expressivo até agora", comemorou. 

As forças de segurança fazem a operação nas comunidades do Bateau Mouche, Caixa D'Água, Chacrinha, Mato Alto, Barão (São José Operário), Covanca e Pendura-Saia, todas na região da Praça Seca, Zona Oeste do Rio. Por conta da ação, os criminosos fugiram para o Complexo do Lins, Camarista Méier e Cidade de Deus, onde também estão presentes os militares e policiais. A Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá foi interditada ao trânsito. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), a ação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e remoção de barricadas, além de revistas de pessoas e veículos.

Parte da apreensão em operação das forças de segurança na Praça Seca, Lins e Cidade de Deus - Divulgação

Aliança com a milícia e responsável por estupro coletivo

Em abril deste ano, O DIA mostrou que a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada (Draco) investiga agora se a guerra entre as favelas da Chacrinha e Bateau Mouche foi acirrada pela união do miliciano Hélio Albino Filho, o Lica, e o traficante Da Russa

O traficante também é apontado como o responsável pela possível participação no estupro coletivo de uma adolescente, quando começou a ser procurado, há dois anos. Da Russa é o braço-direito de Luiz Claudio Machado, o Marreta, que está preso desde dezembro de 2014. O Disque-Denúncia oferecia R$ 30 mil por informações que levassem à captura de Da Russa. 

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