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Por Gabriel Fricke — Rio de Janeiro, RJ

Em outubro do ano passado, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) filiou a Confederação Brasileira de Skate (CBSk), agora sob a gestão de Bob Burnquist, e reconheceu a entidade como responsável pelo projeto da modalidade rumo a Tóquio 2020. E os primeiro passos para a Olimpíada que terá o skate pela primeira vez em seu programa já foram dados: a criação de um circuito brasileiro de park e de street - as duas modalidades olímpicas - e a formação de uma seleção brasileira para 2019.

O circuito vai se chamar STU Qualifying Series 2018. Em linhas gerais, ao todo, serão 10 etapas, cinco da modalidade street e cinco de park, nos naipes masculino e feminino. Será a principal competição nacional a somar pontos para o ranking da CBSk, que formará a seleção brasileira de skate de 2019.

Leticia Bufoni estará presente no evento do STU QS da semana que vem — Foto: Nike SB México

Farão parte da seleção brasileira de 2019 quatro atletas masculinos e quatro femininos de cada modalidade, totalizando 16 skatistas. Para 2018, a escolha dos skatistas integrantes da seleção brasileira será feita exclusivamente através do comitê técnico e será anunciada pela CBSk em abril.

Das cinco etapas de cada modalidade, park e street, quatro serão qualificatórias (STU Qualifying Series 2018) e acontecerão em diferentes meses e estados do país. A quinta e última etapa de ambas modalidades será realizada em novembro, no Rio de Janeiro, e ganhará o nome de STU Open 2018, onde serão conhecidos os integrantes da seleção brasileira de skate do próximo ano.

- Sempre foi um sonho para todos nós, que estamos há anos nessa luta, ter no Brasil um circuito profissional desse nível. Nunca o skatista brasileiro teve a oportunidade de viver do skate dentro de seu país, sempre precisando buscar espaço nos Estados Unidos e outros circuitos. Esse movimento vai mudar gerações. Agora vamos viver um sonho. Ter a oportunidade de ser parte da seleção brasileira e ter um caminho a trilhar para buscar uma medalha olímpica é algo formidável - declarou Pedro Barros, hexacampeão mundial de skate park e uma das principais promessas brasileiras para Tóquio 2020.

Pâmela Rosa treinando na pista da Praça Duó, onde será o STU QS, em 2017 — Foto: Pablo Vaz / OiStuOpen

O STU Qualifying Series 2018 começa no dia 16 de março, com etapa do Rio de Janeiro, que será disputada até 18 de março na Praça Duó, na Barra da Tijuca. Ela vai contemplar apenas a modalidade street e terá a presença de medalhões como Leticia Bufoni, Pâmela Rosa e Kelvin Hoefler. O street terá ainda as etapas de São Luís (MA), de 27 a 29 de julho; São Paulo (SP), de 10 a 12 de agosto; e Fortaleza (CE), de 26 a 28 de outubro.

A modalidade Park começa suas disputas em Florianópolis, Santa Catarina, de 11 a 13 de maio. De 25 a 27 desse mesmo mês, acontece a etapa de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Depois, o QS vai até São Paulo, e a disputa será de 10 a 12 de agosto. Brasília recebe o circuito de 21 a 23 de setembro.

Tanto a modalidade park quanto a street terão seus títulos e vagas na seleção brasileira de 2019 decididos no Rio de Janeiro, de 14 a 18 e novembro, no evento chamado STU Open. Ele terá a inclusão de atletas estrangeiros que serão convidados e outros do circuito STU South America (América do Sul). Brasileiros também poderão ganhar wild cards de acordo com avaliação técnica da CBSk.

- Fazia tempo que o Brasil precisava ter uma posição de destaque no circuito dos grandes eventos internacionais, já que temos grandes nomes e campeões mundiais em várias modalidades. Além do mais, atualmente, com a entrada do skate nos Jogos Olímpicos, a gente precisa ter um calendário forte de competições das modalidades olímpicas, street e park, e conseguimos isso com a viabilização da plataforma STU, que dará espaço para muito mais skatistas brasileiros e também será o principal critério para formar a nossa seleção brasileira - diz Bob Burnquist, heptacampeão da Megarampa, maior medalhista do X-Games e presidente da CBSk.

Kelvin Hoefler estará no STU QS no Rio de Janeiro — Foto: Pablo Vaz / OiStuOpen

O STU traz, além das disputas de skate, diversas manifestações espontâneas que circundam esse universo. Ao longo de todas as competições, o comportamento urbano estará retratado através da música, das artes visuais, da moda e do audiovisual. Shows, galerias de artes, talks, oficinas e muita criatividade, irão entreter o público ao longo de todo o ano.

Em 2017, o STU Open, realizado em abril, em uma única competição, reuniu mais de 230 skatistas, oriundos de mais de 15 países, com mais de três mil manobras realizadas para um público superior a 100 mil pessoas ao longo dos cinco dias de disputas.

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