O caso sobre o sequestro internacional do menino Nicolas Brann, hoje com 8 anos, teve mais um desdobramento nesta sexta-feira, 25, quando o casal Carlos Otávio Guimarães e Jemima Guimarães, avós brasileiros da criança, foram considerados culpados pela justiça americana de sequestro internacional do neto.
Carlos e Jemima Guimarães foram presos pelas autoridades federais no dia 7 de fevereiro ao chegarem ao aeroporto internacional de Miami vindos do Brasil.Eles são acusados de ter ajudado a filha, Marcelle Guimarães, a sequestrar o filho de Houston para Salvador (BA), mas não foram culpados por conspiração, como também estava na acusação.
Testemunhas foram ouvidas durante oito dias e relataram sobre os avós e a conduta dos Guimarães, que na época, garantiram a matrícula do menino Nico em uma escola brasileira, como parte de um plano para realocá-lo permanentemente no Brasil.
Tão logo saiu o resultado nesta sexta-feira, o pai, Chris Brann, disse ao Gazeta News o que pensa do resultado. "O júri foi capaz de analisar os fatos do caso e descobrir o que eu sei ser verdade - que meu filho foi sequestrado ilegalmente para o Brasil. Espero que eles percebam que precisam fazer tudo ao seu alcance para trazer Nico para casa. Eu nunca quis que isso acontecesse, mas estou satisfeito com a decisão" disse.
Brann explicou ainda que daqui a algumas semanas ou meses será a audiênciapara a sentença e acha que eles deverão pegar não mais que uns 3 anos de prisão.
“Eu nunca quis que isso acontecesse e a única coisa que quero é que meu filho volte para casa. Espero que eles assumam a responsabilidade por suas ações e façam tudo o que puderem para que ele volte para casa o mais rápido possível", disse Brann.
O pai da criança, Chris Brann, trabalha como médico em Houston, se casou com Marcelle Guimarães em 2008. Nicolas nasceu um ano depois. Em 2012, Marcelle pediu o divórcio e o casal então dividiu a custódia de Nicolas por vários meses.
Em 2013, de acordo com Brann , Marcelle usou um casamento de família como motivo para ir com o filho, na época com 3 anos, para o Brasil, porém, ultrapassou o prazo que havia prometido de retorno e ficou com o menino em Salvador, nunca mais retornando aos Estados Unidos com a criança.
A viagem que seria de 2 até 20 de julho de 2013, se tornou um caso de sequestro internacional. Brann apresentou uma acusação criminal contra sua ex-esposa e seus pais, tanto nos Estados Unidos como no Brasil.
Os Guimarães foram presos nesta primavera quando retornaram aos EUA para participar da festa de aniversário de outro neto. Marcelle e Nico sempre permaneceram no Brasil e fora do alcance dos promotores norte-americanos. Com informações do ABC 13.
A prisão do casal, Carlos Otavio Guimarães e Jemima Guimarães, é um caso raro de brasileiros que enfrentam acusações criminais nos Estados Unidos decorrentes de uma batalha de custódia.
A criança permanece no Brasil com a mãe, e, com essa prisão dos avós aqui nos Estados Unidos, Brann não sabe quando poderá ver o filho novamente. De acordo com o americano, que também luta na justiça brasileira pela guarda do filho, a prisão dos avós não está relacionada com o processo no Brasil, que ele acredita ser encaminhado para o Supremo Tribunal de Justiça em breve.
A subtração internacional de crianças (ou sequestro internacional) é o ato de transferência ou retenção ilícita da criança em país diferente daquele em que a criança detinha residência habitual, sem o consentimento de um dos genitores (pai ou mãe), responsáveis legais ou autorização judicial, segundo menciona o Ministério da Justiça. E o Brasil lidera os casos na América Latina de abdução de crianças levadas dos EUA, afirma o governo americano.
O Gazeta News acompanha o caso desde o início. Fique por dentro da história
Avós do menino Nico são presos em Miami acusados de sequestro internacional
Brasileiros acusados de ajudar a sequestrar neto terão primeira audiência em Houston
Brasil lidera casos de abdução de crianças dos EUA na América Latina
