Por Paula Resende, G1 GO


Idosa que faz parte de programa de 'adoção' em Anápolis — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Uma campanha visa transformar o Dia das Mães de cerca de 100 idosas que vivem em abrigos de Anápolis, a 55 km de Goiânia. O objetivo é dar alegria a mulheres que, mesmo nesta data especial, não recebem visitas dos filhos.

“A proposta é que as pessoas entreguem presentes e passem um tempo porque, geralmente, as que visitam, visitam a instituição e não dão atenção específica para cada idosa, para sentar, ouvir o que elas têm para dizer”, conta o delegado Manoel Vanderic, responsável pelo projeto.

Esta é quarta edição da campanha “Adote uma Mãe”. Como os policiais da Delegacia do Idoso resgatam idosos e visitam os abrigos, eles acompanham a rotina dos pacientes.

“A gente cria um vínculo afetivo com e passa a acompanhar o histórico de depressão, morte, desejo. Não são visitadas pelos filhos, muitos já morreram e elas não tinham condições de morar sozinhas, outras foram tiradas de uma situação de violência praticadas pelos próprios filhos, que têm medida protetiva de proibição de aproximação. Também há os que não querem visitar e abandonam mesmo”, explica o delegado.

Lista de idosas, idades e pedidos de presentes na campanha — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Adoção

Os policiais entrevistam as idosas para saber o que desejam ganhar. Em seguida, postam os nomes, idades e os pedidos nas redes sociais.

“Elas são parecidas com crianças, têm expectativa de presentes, doces, festa, visitas, mas não têm nada disso porque as instituições são muito carentes de recursos financeiros, muito abandonadas pela sociedade, poucas pessoas visitam. Nós nos surpreendemos com a simplicidade dos presentes. Elas querem chinelo, roupa, maquiagem”, disse o delegado.

O resultado positivo desde a primeira campanha fez com que Vanderic não medisse para realiza-la, mais uma vez.

“Houve uma mudança de comportamento, o dia que era depressivo e triste, porque os filhos não vinham, passou a ser de ansiedade. Elas esperam o presente, ver quem adotou, se vai ter música, o que esperavam de tristeza, virou alegria”, comemora o delegado.

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