Sem orientação adequada, motoristas se arriscam em alça de viaduto na Lagoinha

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
22/05/2018 às 20:25.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:12
 (LUCAS PRATES)

(LUCAS PRATES)

Sinalização precária na nova alça do viaduto Leste, inaugurada há pouco mais de um mês no Complexo da Lagoinha, na capital, tem causado insatisfação e transtorno aos motoristas que trafegam pelo local. Para não entrarem na pista errada, muitos condutores têm feito manobras arriscadas, deixando o trânsito confuso, principalmente nos horários de pico.

Quem vem do túnel da avenida Cristiano Machado e acessa o novo elevado, em direção à região central, se depara com uma mureta que divide a pista ao meio. Entrando à direita é possível acessar a rua Rio de Janeiro. Já à esquerda, chega-se à Praça da Estação. 

O problema é que apenas dois cavaletes, colocados a menos de um metro da divisória, servem como orientação aos motoristas. O resultado é um zigue-zague de carros e motos que, muitas vezes, param o tráfego na tentativa de entender a mudança de fluxo no elevado.

“Não dá tempo nem de ler o que está escrito naquele papel. Se não pensar rápido, você pega o caminho errado. Tinha que ter pelo menos uma faixa lá na saída do túnel, explicando para onde vai cada saída”, critica o gerente de loja Vinícius Carvalho.

Para o empresário João Júnior, que passa diariamente pelo local, a chance de acidentes é grande. “A única informação está em duas folhas de papel coladas nos cavaletes. É uma armadilha”. 

“Desordenado”

Sem a devida sinalização, a obra deixa de atender à finalidade que teve inicialmente. Quem afirma é o especialista em trânsito e professor da Fumec Márcio Aguiar. Para ele, a falta de informações precisas ao motorista é a principal falha, que torna o tráfego no local desordenado.

“Da forma como está, essa alça não poderia nem ter sido liberada. Isso é uma grande irresponsabilidade. Sem falar nos atrasos para entrega da obra. Já deveríamos estar em um nível bem mais avançado naquela região”, avalia Aguiar. 

Por nota, a BHTrans informou que “vai fazer uma vistoria no local para verificar a necessidade de reforço na sinalização”.Lucas Prates

“Se não pensar rápido, você pega o caminho errado”, afirma Vinícius Carvalho

Obras

Além das críticas dos motoristas devido à falta de informações, um trecho que dá acesso ao viaduto ainda está fechado para obras. Por nota, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que estão sendo feitas intervenções na parte antiga do elevado, com recomposição da pavimentação, recuperação das juntas de dilatação e pequenos ajustes de acabamento.

No momento, a interdição parcial de pista exclusiva do Move na avenida Cristiano Machado é em decorrência de obras de rebaixamento de greide (inclinação) da via. Os trabalhos nesse trecho têm previsão de duração de sete dias”, informou a Sudecap. Em condições ideais, a expectativa é a de que a capacidade de circulação no viaduto se torne 60% maior.

A nova alça do viaduto Leste tem investimento de cerca de R$ 61,6 milhões do PAC MobilidadeLucas Prates“A única informação está em duas folhas de papel coladas nos cavaletes”, reforça João Júnior

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