Por Alan Chaves , G1 RR


Novo abrigo fica na zona Oeste de Boa Vista e vai ser administrado pelo Acnur — Foto: Inaê Brandão/G1 RR

Cerca de 200 venezuelanos que viviam na praça Simon Bolívar, em Boa Vista, foram realocados em um novo abrigo localizado no bairro Jardim Floresta, na zona Oeste da capital, na tarde desta quarta-feira (21).

A transferência dos venezuelanos da praça iniciou por volta das 12h40 e só deve se encerrar no final do dia, após o cadastro de todos.

O novo abrigo funciona no prédio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Corpo de Bombeiros e foi alugado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que também vai gerenciar o local.

Famílias com mães, mulheres grávidas, idosos, crianças e pessoas com necessidades especiais tiveram prioridade nessa primeira etapa da mudança para o abrigo, informou o porta-voz do Acnur, Fernando Godinho.

O abrigo tem 44 barracas com capacidade para até 220 pessoas. O espaço pode receber até 800 pessoas.

A partir de agora o Acnur informou que vai trabalhar em adequações na estrutura e assim abrir vagas para mais imigrantes. Não foi informado quando isso deve ocorrer.

Venezuelanos aguardam por triagem antes de serem realocados no novo abrigo instalado em Boa Vista — Foto: Inaê Brandão/G1 RR

Quando chegaram ao abrigo, os imigrantes passaram por uma nova triagem de identificação onde tiveram o cartão de vacina revisado. Todos que estavam com imunização irregular foram vacinados.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a maioria já havia se imunizado em ações anteriores, mas todos passaram pela vistoria para evitar que doenças como o sarampo sejam transmitidas dentro do abrigo.

Foram aplicadas doses de febre amarela, tríplice e varicela para crianças até 5 anos.

Além da vacinação, os imigrantes foram fotografados e também receberam uma carteira de identificação, para auxiliar no controle de entrada e saída do local.

A partir daí, os venezuelanos foram encaminhados para a área onde as barracas foram instaladas.

'Mais segurança', dizem imigrantes

A família da Nairelvy aguarda para entrar na nova casa na área de recepção dos imigrantes — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Uma das primeiras famílias a chegar no novo abrigo foi a da Nairelvy Peres, de 19 anos, que stá grávida. Ela morava na praça há 15 dias com o marido, os pais e as duas irmãs. Todos dividiam espaço em uma barraca.

“Estou grávida e tenho duas irmãs menores. Meus pais e meu esposo também estão comigo e na praça vivíamos sem nenhuma condição. Aqui esperamos viver de forma mais digna e com mais segurança”, disse.

Adriana morava com a filha de 1 ano e meio na praça Simón Bolivar e foi uma das transferidas para o novo abrigo: 'mais segurança', diz — Foto: Inaê Brandão/G1 RR

A jovem Adriana Farjado, de 24 anos, chegou há dois meses em Boa Vista e desde então estava na praça com a filha de 1 ano e meio. Ela comentou que espera ter mais traquilidade no abrigo.

“Fumavam, bebiam. Lá a criança não conseguia dormir. Aqui me sinto mais tranquila e mais segura”, afirmou.

O espaço onde o abrigo funciona tem cerca de 12 mil m², o que equivale a quase dois campos de futebol.

Abrigos em Roraima

Meta do Acnur é melhorar estrutura do novo abrigo para disponibilizar novas vagas e receber outros imigrantes — Foto: Inaê Brandão/G1 RR

Com ativação do abrigo administrado pelo Acnur, chega a cinco o número de abrigos para venezuelanos em Roraima. Em Boa Vista dois funcionam em ginásios esportivos do estado e o terceiro é administrado pela ONG Fraternidade sem Fronteiras.

O outro abrigo do estado funciona em Pacaraima, cidade ao Norte de Roraima que é a porta de entrada dos venezuelanos que chegam no país, e atende apenas indígenas.

A transferência dos imigarntes da praça para o abrigo foi feita com o apoio de seis vans da Secretaria Municipal de Gestão Social.

Antes da ida, eles foram organizados em fila e passaram por uma triagem prévia, onde foram identificados e posteriormente colocados nas vans.

Na praça onde os venezuelanos estão vivem mais de 1,2 mil imigrantes — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Em filas, imigrantes aguardavam para entrarem nas vans e seguirem para o novo abrigo — Foto: Alan Chaves/G1 RR

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1