Por Jornal Tapajós 1ª Edição — Santarém, PA


'Nova esperança': viagem inaugural do Navio Abaré em 2018 atende comunidades do Tapará

'Nova esperança': viagem inaugural do Navio Abaré em 2018 atende comunidades do Tapará

Um momento tão esperado chegou pelas águas do Rio Amazonas aos moradores de comunidades da região Tapará, em Santarém. Sob gestão do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Oeste do Para (Ufopa), o navio-hospital Abaré I retomou as atividades e fez a primeira viagem levando atendimentos médicos aos ribeirinhos em 2018. A história da embarcação começou a ser escrita 2006 na região.

Distante cerca de três horas da área urbana, os comunitários esperavam com muita expectativa os serviços de saúde que seriam ofertados pelo “navio da esperança”. Mais de 20 profissionais participaram da viagem inaugural do Abaré.

Nesta primeira viagem, aos atendimentos foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), como serviços médicos, odontológicos, testes rápidos, vacinas, entre outros. “O atendimento é dificultoso, se não for em Santarém por aqui não vai ter. A gente tem que aproveitar essas oportunidades porque fica mais perto pra gente”, contou o agricultor Adrevaldo Monteiro que foi em busca de uma consulta para a filha.

Segundo a reitora da Ufopa, Raimunda Monteiro, o Abaré será uma unidade acadêmica especial da Ufopa, uma unidade fluvial de ensino, pesquisa e extensão. “Está sendo uma viagem de observação por parte dos institutos da universidade para ver o potencial de extensão e de uso do Abaré como instrumento a ser agregado ao ensino, pesquisa e extensão a partir de cada área de conhecimento”, disse a reitora.

Escrevendo um novo capítulo de uma linda história, além de um meio de transporte pelas águas amazônicas, a embarcação servirá como casa para dezenas de profissionais de saúde. Ao menos 75 comunidades dos municípios de Santarém, Belterra e Aveiro serão atendidas e beneficiadas com as ações.

Navio-hospital Abaré I presta atendimentos de saúde gratuitos na região — Foto: Adonias Silva/G1

Para garantir mais serviços são necessárias parcerias, inclusive com as secretarias de saúde dos municípios para que o barco chegue onde muitas vezes é quase impossível devido ao isolamento.

O navio-hospital é a primeira embarcação no Brasil a desenvolver esse modelo de assistência e serve de inspiração para que o Ministério da Saúde implante esse modelo em outras regiões do Brasil.

Uma esperança

Longe dos grandes centros, as comunidades não ficam isoladas apenas geograficamente, mas também pelo poder público. A pescadora Marlucia dos Santos, que mora no município de Monte Alegre viajou mais de quatro horas em uma pequena embarcação para conseguir atendimento médico para a neta de dois anos.

“Eu pedi para o meu irmão pilotar a rabeta pra poder eu conseguir o atendimento, vim à procura do médico enfrentando tudo, porque saímos e estava chuviscando”, disse.

A agricultora Francisca Pinto também foi em busca de atendimento médico.

“Eu já estava há muito tempo procurando o médico. Em Santarém também é muito difícil, mas agora vou aproveitar”, contou.

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