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Solidariedade faz parte da rotina na praça onde vivem os desabrigados do prédio que desabou

Pessoas vão ao local fazer doações e também prestam serviços a quem precisa

Por Juliana Diógenes
Atualização:

SÃO PAULO - Seis amigos cabeleireiros se uniram para um mutirão de corte de cabelo das crianças e dos adultos desabrigados pelo desabamento que ocupam a frente da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paiçandu. Eles chegaram por volta das 9 horas da manhã desta segunda-feira, 7. Em uma hora, foram cortados os cabelos de pelo menos 20 crianças. 

Isaac dos Santos, de três anos Foto: Juliana Diógenes/Estadão

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Sorridente, o pequeno Isaac dos Santos, de três anos, deixou a cadeira com o cabelo brilhoso, lavado e repartido para o lado esquerdo. A mãe, a ajudante de cozinha desempregada Crispiniana Fernanda Santos, 30, usava os dedos para pentear os fios do filho. "Ficou bom, né? Está lindo demais", disse. 

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Moradores da zona leste e do ABC paulista, os seis são amigos que se conheceram na Igreja evangélica. Nesta manhã, eles levaram cadeiras, capas protetoras, lâminas, pentes e escovas, além de cremes e gel. As crianças foram as primeiras a ter os cabelos cortados, em seguida foi a vez dos adultos. Quem quer um corte, senta nas cadeiras, dispostas em círculo no meio da ocupação isolada por grades.

Seis amigos cabelereiros se juntaram para realizar a ação Foto: Juliana Diógenes/ Estadão

O cabeleireiro Thiago Teixeira, de 32 anos, trabalha em Aricanduva, na zona leste. Ele explica que a ideia surgiu em uma conversa informal entre os amigos. "Estávamos comentando sobre o acidente este fim de semana e alguém disse: 'Poxa, a gente podia ir lá cortar o cabelo deles, né?'. Juntamos as ideias e viemos. Vimos que essas crianças estavam passando por necessidade e decidimos ajudar", conta Teixeira. +++ Polícia vai apurar cobranças a moradores em outras ocupações de SP

Ele diz que a ajuda nasce de um sentimento de gratidão. "Já fomos todos ajudados por alguém um dia. No meu caso, foi o pastor que me ajudou. No caso dos outros amigos aqui, também teve a família que ajudou. A gente não pode só receber, né? Tem que ajudar. É a vez de dar a ajuda que a gente recebeu um dia".

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