Protesto de caminhoneiros entra no terceiro dia; TO-080 entre Palmas e Paraíso tem pontos de bloqueio
Os caminhoneiros do Brasil mantêm pelo terceiro dia consecutivo manifestações nas principais rodovias federais, a mobilização é contra o alto preço do combustível. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal somente dois estados não há interdição (Acre e Amapá). Ainda conforme a PRF, os manifestantes estão apenas nos acostamentos das estradas e, portanto, não bloqueiam as pistas, mas qualquer caminhão que tenta passar pelos bloqueios poderá ter sérios danos com seu veículo.
Tocantins
Os protestos começaram na noite de domingo (20), em todo o país. O percurso entre Palmas e Paraíso do Tocantins pela TO-080 e vice-versa esta paralisado para caminhões devido a dois pontos de bloqueios. Um dos pontos de protestos ocorre no trevo TO-348 com a TO-080, na altura do km 15, no Distrito de Luzimangues, município de Porto Nacional, cuja TO-348 liga à BR-153 até o município de Barrolândia. Outro bloqueio acontece na altura do km 58 da TO-080, no pátio de uma empresa de leilões de gado.
Nos locais de paralisação é permitido apenas a passagem de veículos leves, ambulâncias, veículos de transportes de valores, ônibus de passageiros e transporte escolar. Rotineiramente a Polícia Militar acompanha as manifestações nas rodovias estaduais do Tocantins. A BR-153 em Paraíso do Tocantins no trevo com a TO-080 que liga ao município de Caseara e Sul do Pará também é ponto de bloqueio.
Os caminhoneiros não permitem a passagem de outros caminhões neste local e os que tentam são orientados a estacionar fora da faixa de domínio da BR-153. Neste local a Polícia Militar do 8º BPM de Paraíso mantém uma viatura de plantão.
De acordo com os coordenadores do movimento grevista os bloqueios devem continuar por tempo indeterminado. Proprietários de bares, restaurantes e lanchonetes tem contribuído em apoio aos manifestantes.
PRF/BR 153/TO – Manifestação nas rodovias federais do Tocantins
BR 153 KM 152- Município de Araguaína/TO (Em frente ao Posto Toca da Onça)
Início: 08:40h de 22/05/2018,
Situação: Trânsito bloqueado para veículos de carga, demais veículos conseguem transitar.
BR 153 km 208,7 – Município de Nova Olinda/TO (em frente a balança),
Início: 09:30h de 22/05/2018
Situação: Trânsito bloqueado para veículos de carga, demais veículos conseguem transitar.
BR-153, km 245 – Município de Colinas do Tocantins/TO (em frente ao Posto Minas Petro)
Inicio: 15:57h de 21/05/2018
Situação: Trânsito bloqueado para veículos de carga, demais veículos conseguem transitar.
BR-153 KM 360 – Município de Fortaleza do Tabocão-TO (em frente ao Posto Tabocão)
Início: 13:17h de 21/05/2018
Situação: Trânsito bloqueado para veículos de carga, demais veículos conseguem transitar.
BR-153 KM 492 – Município de Paraíso do Tocantins-TO (em frente ao Posto Milena)
Início 11:15h de 21/05/2018.
Situação: Trânsito bloqueado para veículos de carga, demais veículos conseguem transitar.
BR-153 KM 674 – Município de Gurupi-TO (em frente ao Posto Mutucão)
Início: 11:30h de 21/05/2018
Situação: Trânsito bloqueado para veículos de carga, demais veículos conseguem transitar.
BR 153, km 761, Munícipio de Alvorada/TO (em frente ao Posto Canto Verde)
Início: 09:58h de 22/05/2018.
Situação: Trânsito bloqueado para veículos de carga, demais veículos conseguem transitar.
BR-235
BR 235 KM 164 – Município de Pedro Afonso (entre a Ponte sobre o Rio Tocantins e o trevo da cidade)
Início: 16;36h de 21/05/2018
Situação: Trânsito bloqueado para veículos de carga, demais veículos conseguem transitar.
Mapa da Paralisação pelo Brasil
Resultados
A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados se reúne a partir das 9h30 desta quarta-feira (23) para discutir a alta dos combustíveis. O debate ocorre um dia depois de o governo anunciar o acordo com o Congresso para reduzir o preço do diesel.
O Executivo se compromete a eliminar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel. Em contrapartida, os parlamentares devem aprovar o projeto de reoneração da folha de pagamento.
Para discutir o assunto, foram convidados o coordenador-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Ravvi Augusto de Abreu Madruga, o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, e representantes da Petrobras, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu que os governadores contribuíssem, reduzindo a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) – principal tributo estadual. Segundo ele, os estados são os que mais se beneficiam dos aumentos dos combustíveis, uma vez que o ICMS representa um percentual do valor do diesel e da gasolina. Na maioria dos estados, o ICMS varia entre 30% e 32%, impactando os preços finais.
No próximo dia 30, uma comissão geral vai debater os preços dos combustíveis no plenário da Câmara dos Deputados.
Arrecadação
Na terça (22), o Ministério da Fazenda informou que a arrecadação atual chega a R$ 2,5 bilhões por ano com a Cide sobre o diesel. Segundo a pasta, o reforço nas receitas da União nos próximos três anos com o fim da desoneração da folha de pagamento dependerá do número de setores que perderem o benefício fiscal no projeto que tramita no Congresso.
Desde setembro de 2017, a proposta de reoneração está em discussão no Congresso sem consenso. O orçamento da União para este ano já considera arrecadar R$ 10 bilhões com a medida, mas, como ela deve valer apenas para metade do ano, a arrecadação deve somar R$ 5 bilhões.
Caminhoneiros
O governo vai continuar negociando com os caminhoneiros, que fazem paralisações por todo o país, em protesto contra o aumento sucessivo no preço dos combustíveis.
A mobilização do Legislativo e do governo em torno do preço dos combustíveis ganhou força após o início da mobilização de caminhoneiros. Desde segunda-feira (21), a categoria faz protestos e bloqueia estradas em vários estados.
Os caminhoneiros se queixam da alta dos combustíveis, especialmente do diesel, e também da cobrança de pedágios mesmo quando os caminhões estão com os eixos levantados. Só na semana passada, o valor do diesel e da gasolina nas refinarias subiu cinco vezes consecutivas.
Consequências
Estima que o impacto no abastecimento de alimentos nos mercados e frutarias de vários estados deve ser percebido caso a paralisação dos caminhoneiros complete cinco dias. O movimento que iniciou após tentativas de negociações sem sucesso com o governo Federal a fim de reduzir o preço dos combustíveis, ganhou força pelas estradas do País.
Quem convocou a paralisação foi a Associação Nacional dos Caminhoneiros (Abcam), que orientou os trabalhadores a ficarem parados nos postos ou em casa a partir de segunda-feira (21). Porém, o movimento avançou para as estradas, onde há queimas de pneus e obstrução de passagens de veículos de cargas.
No segundo dia de paralisação, a Polícia Rodoviária Federal já contabilizou centenas de movimentos a favor da paralisação em várias rodovias pelo Brasil. A Abcam estima que mais de 200 mil caminhoneiros pararam as atividades na segunda. As manifestações acabaram movimentando ações na Justiça Federal que está impedindo judicialmente a obstrução de rodovias.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (Abtc), Pedro Lopes, a paralisação tomou as ruas porque muitos caminhoneiros já estavam na estrada, sem contar que a categoria é organizada. O presidente afirma que as associações já vinham tentando alertar o governo Federal sobre as consequências decorrentes das constantes altas nos preços dos combustíveis, mas as reivindicações não foram ouvidas. “Eles (governo e Petrobrás) não se dão conta de que estamos vendendo um frete hoje calculado num custo anterior. Amanhã, não é mais o mesmo valor, os autônomos e as empresas vão sentindo um reflexo muito forte, instabilidade e insegurança financeira”, destacou o presidente da Abtc.
O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Ari Rabaiolli, disse que a instituição é solidária ao movimento dos autônomos, uma vez que as empresas também são impactadas com o aumento dos combustíveis.
A orientação das empresas também é manter os caminhões em casa durante a paralisação, por questão de segurança e para permitir que os funcionários participem do movimento, caso tenham interessem.
“Se o governo não tomar uma medida, o desabastecimento vai ocorrer. Imagine o que será do País se ficar cinco dias sem os caminhões? Vai começar a faltar comida, medicamento e outros produtos. É uma coisa muito séria, nós também sofremos com isso (a política de aumento do preço)”, destacou Rabaiolli.
O gerente lembra que o aumento nos combustíveis interfere diretamente no preço dos alimentos por causa do valor do frete. “Não descordo da paralisação. O diesel está muito caro, interfere no preço de tudo o que a gente consome. O governo aumenta muito (o valor) e reduz pouco. No caso do abacaxi, por exemplo, que sai do Tocantins, o preço da mercadoria é mais barato do que o valor do frete”, avaliou Moreira.
Comentários