TRÂNSITO GO

Por Paula Resende, G1 GO


Câmera de segurança registram momento em que caminhonete atropela moto com mãe e filha, em Aparecida de Goiânia — Foto: TV Anhanguera/Reprodução

Laudo divulgado pela Polícia Técnico-Científica nesta segunda-feira (26) aponta que o motorista que atropelou uma moto em que estavam mãe e filha na Avenida Rio Verde, em Aparecida de Goiânia, estava a 101 km/h e traz indícios de que ele participava de um racha. A motociclista Luciana Gomes, de 35 anos, morreu no local. Já a filha dela, Emylie Carolayne de Souza, que estava na garupa, sobreviveu.

O acidente aconteceu em 11 de outubro de 2017, no cruzamento das avenidas Rio Verde e Dona Maria Cardoso, na Vila São Tomaz. O motorista, que foi identificado como Rodolfo Christo Djorgjive, estava embriagado e, desde então, está preso. O G1 não conseguiu contato com a defesa dele.

Peritos criminais da Divisão de Perícias Externas e da Seção de Áudio e Imagem são os responsáveis pelo laudo. Câmeras de monitoramento registraram quando mãe e filha foram atingidas pela caminhonete de Rodolfo, uma Nissan Frontier. Ao todo, os especialistas analisaram vídeos de seis equipamentos instalados ao longo da via.

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Os peritos constataram que a caminhonete trafegou, do cruzamento das avenidas Rio Verde e São Paulo até o local do acidente, ao lado de um Honda Civic. Segundo o relatório, os dois veículos estavam em alta velocidade, sendo que passaram a mais de 70 km/h sobre um quebra-molas. Em certo momento, a caminhonete chegou a 105 km/h.

"Foi uma série de erros. Em muitas câmeras eles estão acima da velocidade máxima permitida pela via, é uma área de circulação de pedestres, o sinal estava fechado para eles, o primeiro conseguiu passar, mas o segundo veio a colidir com a moto", disse o diretor da Polícia Técnico-Científica, Rodrigo Medeiros.

Os peritos usaram uma série de recursos para chegar à velocidade da caminhonete e do carro com o maior índice de precisão possível. De acordo com os cálculos, a margem de erro é de apenas 4 km/h para mais ou para menos.

O trabalho também envolveu a análise da situação dos veículos, que apontam que a caminhonete bateu na traseira da moto e, em seguida, contra o poste, o qual caiu com o impacto. Entre outros pontos, os peritos também constataram que as marcas de frenagem da Nissan.

Perícia compara dados de caminhonete e de carro que trafegava ao lado — Foto: Paula Resende/G1

Apesar dos indícios de que ocorria um racha, apenas a Polícia Civil pode afirmar se a caminhonete e o carro estavam realmente em uma disputa. Os peritos entregaram o documento à titular do 5º Distrito Policial, Edilaine Moreira Santos.

Por causa do acidente, o comerciante já foi indiciado por homicídio doloso e tentado, por dolo eventual. Ou seja, conforme a polícia, ao ingerir bebida alcoólica e dirigir em alta velocidade, ele assumiu o risco e acabou provocando uma morte e ferindo outra pessoa.

Motorista bêbado bate caminhonete em moto, mata mulher e deixa a filha dela ferida em Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A delegada explicou que, como já remeteu o inquérito ao Ministério Público, caberá ao promotor de Justiça avaliar se o laudo será incluído na denúncia.

"Já está em fase de instrução e julgamento. Não sei como o promotor vai levar em consideração. É possível identificar que havia uma competição", disse Edilaine.

A investigadora explicou que, inicialmente, o motorista do Honda havia negado o racha. Por isto, diante do laudo, pode ser aberto um novo inquérito sobre o caso.

Rodolfo passou por audiência de custódia e continua preso, aguardando julgamento. Segundo a Polícia Civil, antes do acidente, o motorista já tinha pelo menos nove multas de trânsito, sendo cinco por alta velocidade. Ele também já tinha passagem na polícia por embriaguez ao volante.

Familiares da controladora de estacionamento Luciana Gomes, que morreu após ser atropelada por caminhonete que disputava racha, em Aparecida de Goiânia — Foto: Paula Resende/G1

Familiares da vítima acompanharam a apresentação do laudo. Irmã de Luciana, Eliane de Souza cobra a punição do motorista.

"A gente já imagina o racha e agora ficou comprovado, tem como comprovar. A gente quer que ele fique preso, seja julgado, que ele pague. Não vai trazer a minha irmã de volta, mas ameniza a dor que estamos sentindo", disse.

Emylie recebeu alta do Hugo quase um mês depois do acidente. Neste período, ela passou por dez cirurgias. Na época, a estudante ganhou uma festa surpresa para comemorar os 18 anos.

Emylie estava na garupa da moto da mãe, Luciana Gomes — Foto: TV Anhanguera/Reprodução

Rodolfo Christo Djorgjive passou por audiência de custódia e continua preso, aguardando julgamento.

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