Por G1 PA — Belém


Quase 50 pessoas foram executadas na região metropolitana de Belém nos últimos 6 dias

Quase 50 pessoas foram executadas na região metropolitana de Belém nos últimos 6 dias

A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará (Segup) confirmou na tarde desta sexta-feira (4) que ocorreram 46 homicídios de civis após o assassinato da Cabo Maria de Fátima na região metropolitana de Belém. Os crimes foram registrados das 13h45 de domingo (29), horário da morte da policial, até às 22h30 de quarta (2).

O G1 divulgou na quinta-feira (3) que a onda de crimes já registrava 40 vítimas de homicídios. Junto à reportagem da TV Liberal, o G1 também apurou os locais onde ocorreram as mortes:

  • Dia 29/04 - 10 homicídios: Águas Lindas (1); Condor (1); Marco (1); Canudos (1); Terra Firme (1); Una (1); Posto de Saúde de Águas Lindas (1); PSM do Guamá (1); PSM da 14 (1); Hospital Metropolitano (1).
  • Dia 30/04 - 15 homicídios: Cidade Nova 4 (1); Tapanã (3); Sacramenta (1); Outeiro (1); Conjunto Carmlândia (1); UPA da cidade Nova (1); Icoraci (1); Parque Guajará (1); Parque Verde (1); Terra Firme (1); PSM da 14 (1); PSM do Guamá (1); UPA de Icoaraci (1).
  • Dia 01/05 - 10 homicídios: Paar (1); Curuçambá (2); Guamá (2); Icoaraci (3); Mangueirão (1); um bairro ainda não informado (1).
  • Dia 02/05 - 11 homicídios: Curuçambá (4); Guamá (1); Marituba (1); Cremação (1); Icoaraci (3); Mangueirão (1).

De acordo com a Segup, não houve registro de homicídios na quinta-feira (3).

O Governo do Estado não faz relação entre os casos, embora também não descarte a possibilidade. Os crimes seguem sob investigação pela Polícia Civil.

Onda de violência

Uma guerra entre traficantes de drogas e milicianos fez disparar os assassinatos de policiais militares e de civis no Pará em 2018. Foram 22 PMs mortos até esta sexta-feira (4). Foram mortos também um ex-PM, um policial civil, um agente prisional e três guardas municipais.

O número já é próximo ao registrado em 2017, quando durante o ano todo morreram 34 militares, de acordo com a Associação de Cabos e Soldados da PM. Para Segup, foram Uma diferença pequena com o Rio de Janeiro onde, sob intervenção federal na área de segurança, foram mortos 38 PMs em 2018.

Houve, ainda, 686 mortes violentas apenas em janeiro e fevereiro, segundo dados obtidos via Lei de Acesso à Informação pelo projeto Monitor da Violência, parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro da Segurança Pública. O total coloca o estado como um dos três que mais matam no país.

O capítulo mais recente começou na tarde de domingo (29), com a morte a tiros da cabo da PM Maria de Fátima Cardoso, em Ananindeua, na Grande Belém. Ela vinha sofrendo ameaças de morte. Nas dias seguintes, mais de 40 pessoas somando a morte da PM, foram assassinadas até as 22h30 de quarta-feira (2).

A Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pará (OAB-PA) repudiou e lamentou as mortes de civis e agentes de segurança pública registradas nos últimos dias, em nota publicada na quinta-feira (3). A instituição cobra rigor na apuração dos crimes.

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