Desafio da renovação política é tornar desejo de mudança em votos Foto: Editoria de arte

Movimentos surgidos na crise de representação vão lançar 300 candidatos em outubro

Desafio da renovação política é tornar desejo de mudança em votos

Desafio da renovação política é tornar desejo de mudança em votos - Editoria de arte

por Dimitrius Dantas e Tiago Aguiar*

SÃO PAULO - Se as eleições presidenciais caminham para um cenário com nomes já conhecidos do eleitor, a disputa pelo Legislativo deve trazer uma conjuntura inédita. Movimentos nascidos durante a crise política que atinge o país desde 2014 devem lançar cerca de 300 candidatos no pleito, com um objetivo tão ambicioso quanto distante: com menos dinheiro e menos propaganda, afirmar caras novas na política brasileira.

Ao contrário de eleições passadas, desta vez os grupos acreditam que estão preparados para transformar o desejo de renovação da população em voto nas urnas. Seja com cursos, com formulação de agendas, ou até gastando a sola do sapato, uma dezena deles estão confiantes em superar os obstáculos impostos pela legislação eleitoral e pela disputa com profissionais.

CANSAÇO DA POLÍTICA

A onda de renovação cresceu no mesmo ritmo da crise. Assim como os escândalos de corrupção, os grupos que pretendem mudar a política se multiplicaram: Agora!, RenovaBR, Acredito, entre outros. Eles se apoiam na sensação de que o brasileiro está cansado da política tradicional e busca renovação, referendados por pesquisas como a realizada pelo Ideia Big Data, em parceria com o Instituto Locomotiva, em fevereiro deste ano: 96% dos eleitores disseram não se sentir representados pelos políticos; e 93% dizem que é preciso formar novas lideranças para mudar o país.

Os grupos vão da esquerda à direita. Alguns conversam entre si, por meio de uma espécie de coalizão, batizada de Nova Democracia. Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, que deixou o cargo após denunciar o então também ministro Geddel Vieira Lima, participa de três: RenovaBR, Agora! e, na sexta-feira, anunciou seu ingresso no terceiro, o Livres. Cada um deles tem um objetivo diferente.

Para o cientista político Fernando Schüler, do Insper, os movimentos devem causar um impacto nas eleições de outubro, ancorados na simpatia da população. Mas também devem sofrer para superar todas as vantagens dadas aos grandes partidos, como o fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão, dividido entre os partidos. Beatriz Pedreira, cientista social e pesquisadora de inovação política do Instituto Update, admite que o que deve continuar valendo será a lógica de que, nas eleições, quanto mais dinheiro, mais votos.

— E quem tem dinheiro são os grandes partidos. O teste vai ser descobrir o quanto esse discurso da renovação vai colar no eleitor, porque por enquanto está em uma bolha — disse.

Em 2016, Pedro Markun, da Rede, tentou uma das cadeiras na Câmara Municipal de São Paulo. Bateu o pé para fazer uma campanha que não dependesse de dinheiro. Não foi eleito.

— Foi um erro crasso. Enquanto tivermos vergonha de falar que fazer política custa dinheiro, teremos problema — diz.

As estratégias dos grupos para driblar as dificuldades variam: o Acredito aposta em campanhas coletivas, como usar a mesma estrutura de campanha para todos os seus candidatos para diminuir os custos. A Frente pela Renovação, ligada ao movimento Vem pra Rua, que atuou nos protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, lembra da audiência de 4,5 milhões de pessoas que tem nas redes sociais. O empresário Eduardo Mufarej, idealizador do Renova, investiu — inclusive com recursos próprios, cujo valor não revela — em um curso para capacitar politicamente interessados em se colocar na disputa em outubro, ensinando como montar e levar uma campanha. Mesmo ele, no entanto, é reticente ao apostar que a onda de renovação de que faz parte se transforme em tsunami já em 2018. O empresário cita uma situação paradoxal: ao mesmo tempo em que o eleitor diz querer votar em novos representantes, o sistema político dificulta a renovação.

— Não acho que vamos conseguir construir uma mudança radical em um ciclo eleitoral. Mas podemos ter um ponto de inflexão — diz.

Em média, na Câmara dos Deputados, a renovação fica em torno de 40% a 50% a cada legislatura. Ou seja, das 513 cadeiras, de 205 a 256 podem ser ocupadas por parlamentares de primeiro mandato. Apesar dos problemas, alguns conseguiram atravessar o filtro. Em Niterói, Talíria Petrone (PSOL) entrou no movimento Ocupa Política após ser a vereadora mais votada.

— Sabemos dos limites que temos em relação a financiamento, mas optamos por dar conta de um desafio grande — disse Talíria.

ALERTA ÀS ILUSÕES

Em São Paulo, Sâmia Bomfim (PSOL) e Fernando Holiday (DEM) saíram de movimentos como esses para a Câmara Municipal. Os dois vieram de caminhos opostos, mas chegaram ao mesmo lugar. Sâmia era do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp), filiada ao PSOL e foi a candidata eleita pela Bancada Ativista, núcleo paulista do Ocupa Política. Holiday, por sua vez, foi um dos principais destaques do Movimento Brasil Livre, uma das lideranças nos protestos contra Dilma Rousseff. Eleitos sob o mesmo discurso de renovação, os dois são vereadores e adversários.

Especialistas acreditam que a chegada de novos rostos, não apenas em idade, é benéfica para a Câmara, principalmente em relação a políticos mais experientes. Há 11 anos, o sindicalista Paulinho da Força (SD-SP) chegou à Câmara dos Deputados pela primeira vez. Já a caminho do quarto mandato, ele vaticina:

— Vão sofrer bastante. Se o cara chega lá imaginando que vai mudar o mundo, periga renunciar no outro dia — disse Paulinho. (Estagiário sob supervisão de Leandro Loyola)

RenovaBR aposta na formação de políticos

O RenovaBR funciona como um curso preparatório para interessados em entrar na política. Foi criado em outubro do ano passado pelo empresário Eduardo Moufarej, com a proposta de melhorar a política a partir da formação de novos quadros. Selecionou 120 pessoas para concorrer a deputado estadual e federal — entre eles o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero e o porta-voz nacional da Rede, Zé Gustavo.

Desde janeiro, os escolhidos fazem cursos que misturam aulas à distância com encontros mensais. A proposta é dar aos bolsistas uma visão da realidade brasileira e capacidade de encontrar soluções para problemas a partir do diálogo, independente de visões ideológicas. Há integrantes liberais, progressistas, conservadores, socialistas e trabalhistas, filiados a Rede, Novo, PPS e PSB. O movimento não financiará campanhas e não apoiará nenhum candidato à Presidência. Até agora, Moufarej banca a maior parte dos custos, mas o movimento recebe doações.

Agora tem candidato a governo em Tocantins

O advogado Márlon Reis, fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - Givaldo Barbosa / Givaldo Barbosa/Agência O Globo/26-01-20-17

Notório pela participação do apresentador de TV Luciano Huck, o Agora! é um dos movimentos que planeja voos mais altos. Um de seus líderes, o juiz Márlon Reis, idealizador da Lei da Ficha Limpa, deve ser candidato ao governo de Tocantins pela Rede.

Idealizado há dois anos pela cientista política Ilona Szabó e pelos colegas Patricia Ellen e Leandro Machado como um fórum de discussão de políticas públicas, o Agora! atua para construir uma agenda de políticas para áreas como segurança, saúde e educação com pessoas de qualquer linha ideológica.

O movimento trabalha também para engajar cidadãos no processo de renovação política. Dos quase 100 membros do Agora!, além de Márlon Reis, vinte serão candidatos a deputado federal, estadual e distrital. O movimento tem ligação também com o PPS.

O Agora! é financiado com recursos de seus integrantes e capta doações de pessoas físicas e entidades sem fins lucrativos.

Livres de Bolsonaro para defender o liberalismo

O deputado Jair Bolsonaro fala em evento 27/11/2017 - Marcos Alves / Agência O Globo

Em janeiro, o Livres deixou o Partido Social Liberal (PSL) devido à chegada do deputado Jair Bolsonaro. Dois de seus líderes, Paulo Gontijo e Fábio Ostermann, afirmaram que a candidatura de Bolsonaro à Presidência era incompatível com a visão do movimento, que defende a ideologia liberal. Na economia, isso significa um Estado menor, que se concentre apenas em saúde, educação e segurança. Nas pautas comportamentais, é a favor das liberdades individuais — entre elas a legalização das drogas.

Com 268 núcleos em 21 estados, o movimento terá até 20 candidatos; por enquanto, apenas ligados ao partido Novo. O Livres não decidiu se apoiará algum candidato à Presidência. Outra líder do grupo, a economista Elena Landau, intermediou encontros com Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB.

O Livres é mantido por contribuições, mas lançará um modelo para arrecadar fundos dos associados. Não planeja dar dinheiro às campanhas eleitorais de seus filiados.

MBL cresceu com a bandeira do impeachment

O Movimento Brasil Livre (MBL) foi criado após as eleições de 2014 e, em 2015, cresceu com a bandeira do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Em 2016, um de seus líderes, Fernando Holiday, foi eleito vereador pelo DEM em SP. Neste ano, o MBL planeja lançar de 15 a 20 candidatos a deputado federal e a mesma quantidade para deputado estadual. O apoio a essas candidaturas se daria via redes sociais.

O MBL se define como um grupo de “direita liberal”, que defende a “redução do tamanho do Estado por meio de privatizações, cortes de privilégios e mordomias”. Em 2017, abraçou a defesa de bandeiras conservadoras no campo dos “valores morais”.

Sem número definido de integrantes, atuando de forma descentralizada em quase todos os estados e financiado por doações, o MBL declarou apoio à candidatura presidencial do empresário Flávio Rocha, da Riachuelo. Na semana passada, o grupo se envolveu em uma polêmica sobre disseminação de informações falsas sobre Marielle Franco, assassinada no Rio.

Acredito, o movimento que veio de Harvard

Com mais de 2.000 integrantes, o Acredito foi criado há um ano por ex-estudantes brasileiros da universidade Harvard, em Cambridge, nos Estados Unidos, como um movimento suprapartidário, cujo objetivo é engajar pessoas na política e renovar o Legislativo. Terá 13 candidatos a deputado federal e 39 a estadual, escolhidos via prévias, por partidos como Rede, PPS, PV e PSB. O movimento não apoiará nenhum candidato à Presidência nas eleições deste ano.

Os candidatos do Acredito se concentrarão em cinco temas durante a campanha eleitoral: educação, empreendedorismo, segurança, reforma da Previdência e reforma política.

Financiado com doações de pessoas físicas e fundações, o movimento não bancará campanhas. Mas tem um projeto para que os candidatos do movimento compartilhem os mesmos serviços, como escritórios jurídicos e templates de propagandas, para reduzir custos. Seus principais líderes são Felipe Oriá, Tábata Amaral de Pontes e José Frederico Lyra Netto.

Raps, um movimento pela sustentabilidade

Guilherme Leal, durante palestra sobre sua experiência como pioneiro na aproximação entre empreendedores e a classe política em 2014 - Givaldo Barbosa / Agência O Globo

Dos movimentos, a Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade) é o que tem alguma semelhança com um partido político — no caso, a Rede, de Marina Silva. Fundada em 2012 pelo empresário Guilherme Leal, candidato a vice de Marina em 2010, a Raps é uma organização pluripartidária dedicada a atrair e apoiar lideranças políticas por meio de um conceito chamado Amizade Cívica e do compromisso com a ética, transparência e sustentabilidade.

Seus 561 membros podem se filiar ao partido que quiserem. Desses, 208 têm intenção de serem candidatos — 102 a deputado federal, oito a deputado distrital, 84 a deputado estadual, oito a senador e seis a governador. A Raps não apoiará nenhum candidato à Presidência, nem financiará as campanhas de seus membros. Entre políticos que fizeram curso de formação na Raps estão os deputados Paulo Teixeira (PT) e Alessandro Molon (PSB) e os prefeitos Nelson Marchezan Jr, de Porto Alegre, e Edvaldo Nogueira, de Aracaju.

Frente Favela Brasil, da Providência ao Congresso

Foi numa reunião com cerca de 2 mil pessoas no Morro da Providência, em julho de 2016, que a Frente Favela Brasil surgiu com o objetivo de deixar as casas legislativas com “mais negros e favelados”. Hoje, o movimento que luta para representar as vozes “dos moradores das comunidades mais pobres das cidades brasileiras, sem intermediários”, alega estar em 26 estados e no Distrito Federal e ter cerca de 10 mil membros.

O grupo afirma não ter relação com partidos políticos e não planeja apoiar nenhum candidato à Presidência da República no primeiro turno. Em 5 de março, ao anunciar um encontro com a ex-ministra Marina Silva (Rede), informou que iria se reunir com “o maior número de presidenciáveis possível” para decidir que rumo iria tomar.

O movimento está próximo da pauta da esquerda, “mas para além dela”, e planeja lançar 95 candidatos em todo o Brasil. Apostam nas redes sociais e na “conscientização dos moradores das favelas”. Uma das suas principais lideranças é o diretor de cinema Anderson Quack.

Ocupa Política teve apoio de Marielle Franco

Vereadora Marielle Franco - Reprodução

O Ocupa Política surgiu da aproximação entre movimentos de renovação criados a partir de 2015, como o Muitxs, em Minas Gerais, e o Bancada Ativista, em São Paulo. A vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), assassinada em 14 de março, participava de reuniões do grupo.

O movimento pretende lançar ao menos 30 candidatos “das periferias, mulheres, negros e negras, indígenas, ativistas, juventudes” em oito estados.

Próximo ao PSOL, Rede e PSB, o movimento afirma que buscará financiamento coletivo para campanhas e não irá apoiar nenhum candidato à Presidência nas eleições deste ano.

O movimento diz ter entre 30 e 40 integrantes ativos e “uma centena” de colaboradores. Além de Marielle, políticos ligados ao Ocupa tiveram votação expressiva em eleições passadas, todos pelo PSOL. Áurea Carolina foi a mais votada em Belo Horizonte, em 2016, enquanto Talíria Petrone foi a mais votada em Niterói. Em SP, Sâmia Bomfim foi eleita com 12 mil votos para a Câmara.

‘Nós’ reúne movimento negro, LGBT e religiosos

O Nós surgiu no segundo semestre de 2017, unindo integrantes de movimentos de cultura das periferias, movimento negro, feminista, LGBT e grupos de religiosos progressistas.

Identificado com o campo progressista de esquerda, luta por um modelo de Estado que defenda o desenvolvimento e a soberania nacional, mas que seja pautado de baixo para cima. São cerca de 50 pessoas na coordenação geral.

Atualmente é financiado com contribuições espontâneas dos próprios integrantes e de pessoas físicas parceiras. A meta para 2018 é lançar dez candidaturas para o Legislativo (estadual, federal ou Senado) nas cinco regiões do país.

No primeiro turno, o grupo terá como foco respeitar os respectivos presidenciáveis dos partidos em que apoiam candidaturas. Já no segundo turno, por acreditarem em uma frente de esquerda, o Nós apoiará a candidatura que representar este campo na disputa. Diz adotar estratégia de construção coletiva, sem grandes lideranças.

Frente quer eleger gente de todos os estados

O intuito da Frente Pela Renovação é ter representantes de todos os estados no Congresso a partir da eleição de 2018. Criada no ano passado, a Frente é uma plataforma de lançamento de candidaturas, formada por entidades que pregam o desenvolvimento e a diminuição das desigualdades econômicas por meio do liberalismo econômico, da transparência e da gestão responsável dos gastos públicos. Entre as entidades participantes figura o movimento Vem pra Rua.

A Frente é um movimento suprapartidário e que, segundo seus organizadores, não apoiará nenhum candidato à Presidência. Cerca de 300 pessoas integram a frente, que pretende se financiar por meio de doações de pessoas físicas e de suas entidades signatárias que também só recebem doações de pessoas físicas. A Frente usará seus parceiros para divulgar candidatos, mas não dará ajuda financeira.

Como as inscrições ao processo seletivo terminam em 14 de abril, a organização ainda não tem o número de candidaturas que serão apoiadas.

Novas organizações preparam os partidos do futuro
por Sérgio Roxo

O cientista Leandro Machado, um dos coordenadores do movimento de renovação política Agora - Edilson Dantas / Agência O Globo

Leandro Machado, um dos coordenadores do Agora, cientista político de 40 anos não acredita em grande renovação, apesar do surgimento de vários movimentos com este propósito no país impulsionados pela Lava-Jato

Por que estão surgindo tantos movimentos que pregam a renovação da política?

É parte do contexto de mudança, de impacto da tecnologia na sociedade, na forma como a gente se relaciona e se comunica. Isso tem tudo a ver com a política e, portanto, os partidos de estruturas tradicionais estão sofrendo. São tentativas de novas formas de organização política, de representação para fazer essa transição para o que serão os partidos no futuro.

No Brasil, a Lava-Jato contribuiu?

Sem dúvida, isso ajudou a derrubar ainda mais a percepção positiva que as pessoas tinham das instituições políticas.

E como surge o Agora?

Nasceu de uma conversa minha, com a Ilona (Szabó) e a Patrícia (Ellen) em 2016. A gente falou: está tudo muito ruim. O que a gente pode fazer? Começamos a pensar e chegamos a uma lista de 50 pessoas que admirávamos muito, mas que não estavam na vida pública e deveriam estar. O movimento constrói uma agenda procurando uma visão de futuro para o Brasil e, ao mesmo tempo, engaja pessoas a se envolverem mais e até se candidatarem.

O que diferencia o funcionamento do movimento de um partido político normal?

Há menos burocracia. O movimento é mais fluido, menos amarrado. Sinceramente, a diferença é que a gente está construindo uma agenda que pouquíssimos partidos têm, para não falar nenhum. Nós não lançamos candidatos, nós não apoiamos financeiramente candidatos. O que a gente faz é estimular que nossos membros sejam candidatos, até porque para implementar a nossa agenda precisamos de pessoas. Por isso, fizemos termos de parceria com PPS e Rede.

Como se definem ideologicamente?

Poderia dizer que é um grupo de centro, centro progressista. Que pensa em responsabilidade fiscal, que pensa em eficiência, que apregoa simplificação da burocracia, simplificação do sistema tributário, mas que tem um foco muito grande em redução de desigualdades, em avanço da legislação de segurança, em avanço da legislação de drogas, para a gente parar de ter esse genocídio de menino preto e pobre.

Hoje são quantas pessoas?

São mais ou menos 100 membros e 7 mil inscritos como potenciais voluntários, que são pessoas que se inscreveram no site e querem fazer alguma atividade do Agora.

Para ser membro tem que passar por algum processo de controle?

As pessoas têm que validar a agenda e estar quite com a Justiça.

O fato de vocês não terem participação na eleição presidencial não pode tirar a visibilidade das bandeiras do movimento?

Eu acho que esse risco existe, mas vamos nos posicionar na eleição no segundo turno com certeza. No primeiro turno, ainda não sabemos, mas a gente vai levar a nossa agenda para os principais candidatos.

A entrada do Luciano Huck não pode dar um caráter personalista ao movimento?

Foi discutido o impacto, mas achamos que era uma possibilidade de levar a agenda muito mais além, com uma pessoa que se comunica com o Brasil todo. Temos membros que podem não ser tão conhecidos como o Luciano, mas são tão ou mais reconhecidos em suas áreas.

Acredita que haverá uma grande renovação na eleição atual?

Vejo com cautela. Não costumam ser altas as taxas de renovação e, além disso, tem a nova legislação (com a criação do fundo eleitoral), que os nobres deputados fizeram para não ter renovação. Se houver um esforço coletivo de vários movimentos, eventualmente é possível virar um pouco esse jogo.