Menino teve a cabeça enfaixada - Reprodução Facebook
Menino teve a cabeça enfaixadaReprodução Facebook
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Um dia depois que um ventilador de teto despencou e feriu a cabeça de um estudante de 6 anos de idade, dentro da sala de aula do 1º ano da Escola Municipal Eliete Ferreira, em Barra Mansa, no Sul Fluminense, a direção de uma outra escola, da mesma rede, Adelaide Duarte Flores, no bairro Siderlândia, causou indignação aos pais, ao enviar uma circular sugerindo que os estudantes vendam rifas para a compra de ventiladores, torneiras, e ajudem na manutenção da escola.

Ao contrário do que o DIA divulgou inicialmente, o estabelecimento não é o mesmo do acidente envolvendo o estudante Kaio, de 6 anos, mas também pertencente ao município. O colégio Eliete Ferreira fica localizado na Rua José Jorge dos Reis Meireles, no bairro Vista Alegre. O bilhete, assinado pela direção da Adelaide Duarte Flores, ressalta que o estudante que mais vender rifas, ganhará uma cesta de chocolate. Por conta do impacto do equipamento – que pesa cerca de quatro quilos -, Kaio teve que levar pontos na cabeça.

"Estamos enviando para cada aluno, dez rifas no valor de R$ 1,00 cada. O recurso arrecadado será destinado à manutenção da escola (ventiladores, torneira, etc.). Pedimos sua colaboração na venda das mesmas. Os que não desejarem participar, deverão devolver as rifas na secretaria. O aluno que vender mais bilhetes, ganhará uma cesta de chocolate", diz a circular, com os nomes da escola e da Secretaria Municipal de Educação no cabeçalho.

Em nota emitida através da Prefeitura de Barra Mansa, a Secretaria de Educação informou que a direção da escola está desautorizada a promover qualquer tipo de arrecadação. “A Secretaria Municipal de Educação esclarece que as unidades escolares do município são beneficiadas pelo programa municipal Escola Legal, e do federal PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola). Através deles, são destinados recursos financeiros para escolas públicas municipais para uso em despesas de manutenção do prédio escolar e de suas instalações (hidráulicas, elétricas, sanitárias etc.); de material didático e pedagógico; e também para realização de pequenos investimentos, de modo a assegurar as condições de funcionamento da unidade. A Secretaria reforça que a diretora não está autorizada a promover nenhum tipo de arrecadação financeira como rifas, bingos, festas”, diz a nota.

“Quando recebi essa recomendação da escola, pensei que fosse piada de mau gosto, sinceramente. Inacreditável a falta de sensibilidade para com os alunos, com as famílias”, lamentou A., a mãe de uma menina do primeiro ano. Já o pai de um aluno, da mesma sala, disse que não se importaria que seu filho vendesse as rifas. “Acho que não custa nada ajudar. Ainda mais que meu próprio filho será um dos beneficiados. Vender rifa não é nada de outro mundo”, justificou.

Circular recomenda a alunos que vendam rifas para compra de novos equipamentos - Reprodução

Nesta quinta-feira, no turno da manhã, Kaio fazia dever no caderno, quando o equipamento caiu sobre sua cabeça. De acordo com parentes, a direção da escola não chamou os bombeiros e nem ambulância para socorrer o estudante, o que foi feito pelos próprios pais, que moram perto da escola. “Foi um susto muito grande. A sorte que ele estava com a cabeça baixa sobre a mesa, senão algo de pior poderia ter acontecido”, lamentou a tia de Kaio, Tina Pedrosa. A mãe do menino, Gilliane Paula, lamentou o ocorrido e agradeceu a Deus por “ter livrado o filho da morte”

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