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Economia

Leilão com gigantes do petróleo nesta sexta-feira deve gerar US$ 36 bi em investimentos

Quinze empresas vão participar da mais aguardada oferta de campos de exploração do mundo
Plataforma de petróleo Foto: Pixabay
Plataforma de petróleo Foto: Pixabay

RIO - No primeiro leilão do pré-sal sob o regime de partilha — em que a Petrobras não é obrigada a atuar como operadora —, 15 empresas, entre privadas e estrangeiras, vão participar da 2ª e 3ª Rodada do pré-sal que será realizada nesta sexta-feira. É a mais aguardada oferta de campos de exploração de petróleo e gás no mundo. Cálculos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontam que os oito blocos a serem leiloados vão gerar US$ 36 bilhões (cerca de R$ 115 bilhões pelo câmbio atual) em investimentos. Muitos desses recursos serão voltados para encomendas à indústria e novos serviços pelos próximos sete a dez anos. Além disso, caso todas as áreas sejam arrematadas, o governo brasileiro pode conseguir quase R$ 8 bilhões (R$ 7,75 bilhões) bônus de assinatura.

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Na lista estão companhias dos mais diversos países do mundo como Catar e China. Porém, as europeias estão em peso no certame: Petrogal, Repsol, Shell, Statoil, Total e BP. Do outro lado do mundo, Petronas e QPI, do Qatar, estão habilitadas. Já as chinesas vêm em trio: Sinopec, CNOOC e CNODC. Já entre as americanas, estão a Exxon, a maior companhia do mundo, e a Chevron. Entre os vizinhos da América do Sul, apenas a colombiana Ecopetrol se habilitou.

Das companhias brasileiras privadas, há apenas a Ouro Preto, controlada por Rodolfo Landim, ex-executivo da OGX, empresa de petróleo que era comandada por Eike Batista. Diferente das edições anteriores, o leilão vai ocorrer no Hotel Grand Hyatt, na Barra da Tijuca.

O vencedor será a empresa ou consórcio de companhias que oferecer o maior percentual de petróleo que será produzido nas áreas ao governo brasileiro, conforme o regime de partilha definido para o pré-sal. A Petrobras deve participar em parcerias , como antecipou seu presidente, Pedro Parente, esta semana. Segundo ele, a estatal será “seletiva” em sua participação no leilão, o que sugere que não fará ofertas para todas as áreas.

UM TERÇO A MAIS DE RESERVAS

Os oito blocos que serão leiloados têm reservas estimadas em 4,4 bilhões de barris de petróleo no mínimo, ou mais de um terço das reservas provadas do país, de 12,5 bilhões de barris. A expectativa é que possa gerar cerca de 500 mil novos empregos, segundo a Abespetro, associação que reúne as empresas prestadoras de serviços para o setor.

O primeiro leilão no regime de partilha foi o da área de Libra, em 2013, arrematada pelo consórcio formado por Petrobras, Shell, Total e as chinesas Cnooc e CNPC, sem disputa. A produção no campo de Libra vai começar agora no dia 15 de novembro, com quatro meses de atraso em relação ao último cronograma.

DISPUTA ACIRRADA

Se em 2013 a decisão correu sem grandes obstáculos, espera-se agora grande concorrência para arrematar as áreas. Apesar de outras áreas no mundo terem boas oportunidades de exploração, há características únicas no pré-sal, como já avaliou o diretor-geral da ANP, Décio Oddone:

— O pré-sal em produtividade é extraordinário e concorre com poucas regiões do planeta, só com Oriente Médio. E estar no pré-sal é como jogar na “primeira liga” do petróleo mundial, onde todas as gigantes querem estar. Já na “segunda liga” estão os poços tradicionais de águas profundas, com uma produtividade média de 5 mil a 8 mil barris por dia. Neste caso, além do Brasil, tem o Oeste da África e o Golfo do México. Este leilão é para grandes companhias, grandes investimentos, grande produção.