Desde criança, a atriz Dayse Pozato, 52, a cozinheira Betânia, de "Deus Salve o Rei" (Globo), já "brincava de ser artista". Ela conta que, mesmo muito tímida, criava e dirigia espetáculos nos quais atuava. "Depois, convidava a vizinhança para a apresentação. Era sem­pre casa lotada", revela, aos risos.

Mas ela não pensava em ser atriz. Primeiro, chegou a prestar vestibular de arquitetura. Depois, decidiu fazer co­municação social, faculdade em que se formou. Em paralelo, entrou em um curso de teatro. "Foi aí que me encontrei definitivamente", lembra a atriz.

Já são 30 anos de carreira, com des­taque para a sua atuação em peças infantis, como o espetáculo "A Pequena Vendedora de Fósforos", projeto que também idealizou e produziu.

Agora, ela comemora o primeiro pa­pel em uma novela —até então, só tinha feito pequenas participa­ções em tramas. "Betânia é uma mulher à frente de seu tempo, que não se prende a tradições. Interpretá-la é um presente, pois ela é humana e tolerante, é justa e sarcástica, especialmente quando fala de política. Ela acolhe as diferenças."

Para Dayse, persistir na carreira de atriz, mesmo sendo uma rota tantas vezes incerta, é o grande desafio da profissão. "É uma prova de fo­go. Mas trilharia esse caminho quantas vezes fossem necessárias. Amo o que faço." Dayse também é roteirista e diretora artística. Nas horas vagas, ela gosta de ir ao cinema, ler livros e ver séries. "E aproveito para bater papo com meu filho, Antonio, 14."