Educador físico Talmo Oliveira executa exercício em aparelho que simula cavalgada — Foto: Flávia Cristini/G1
Cabeça alinhada, coluna no eixo e força no abdômen. É importante observar o corpo para não errar na postura durante a atividade física. O educador físico Talmo Oliveira dá dicas para quem vai ser exercitar sozinho em aparelhos de ginásticas instalados em praças de Belo Horizonte.
Os equipamentos são um convite à prática de exercícios. “É um atrativo, um aparelho de graça na praça, que você pode usufruir”, ressalta o profissional. O uso deve ser com cautela para evitar lesões. Antes de praticar, vale lembrar que alimentação adequada e hidratação são essenciais.
Simulador de cavalgada
Um dos aparelhos, chamado simulador de cavalgada, trabalha membros superiores e inferiores, abdômen e região lombar. Para começar, o educador sugere 20 repetições.
Erros comuns são fazer o exercício de forma muito rápida, olhar para os lados ou sem contrair o abdômen. “Se o abdômen estiver flácido, se não estiver sustentado, começa a sentir a lombar e o quadril pode girar”, explica o profissional.
Aparelho de rotação vertical permite movimentos circulares de punho e braço — Foto: Flávia Cristini/G1
Rotação dos ombros
O exercício de rotação vertical pode ser feito com a perna estendida, observando a distância do corpo em relação ao equipamento. Ele vai trabalhar ombros, toda a região superior das costas, que é a cintura escapular, e o abdômen.
O exercício pode ser feito com rotação para dentro, para fora ou alternada. “Dependo da distância que eu estou do aparelho, tenho um tipo de trabalho”, disse.
Segundo o educador, o movimento de rotação pode ajudar idosos em ações simples do dia a dia, como pegar objetos. Ele indica começar com 20 repetições, respeitando as limitações de cada pessoa.
Aposentada Marta Campos de Faria frequenta diariamente a praça Floriano Peixoto, em BH — Foto: Flávia Cristini/G1
Uma das possibilidades é usar o aparelho com joelho flexionado e corpo próximo. “Eu começo a trabalhar tríceps, abertura de peitoral. O punho deve fazer o movimento natural”, explica Oliveira.
Outra é a posição afastada e com abertura de perna. “Se eu faço abertura de perna e, dependendo do afastamento, posso trabalhar a parte posterior da coxa”. O educador físico ressalta a importância de manter sempre o abdômen contraído.
A aposentada Marta Campos de Faria, de 66 anos, frequenta diariamente a praça Floriano Peixoto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte e usa os aparelhos.
“Caminho antes. Eu já fiz pilates, já fiz ioga, então, eu sigo o que eu aprendi e sigo minha intuição, sem exigir muito do meu corpo”, disse. Ela aproveita para fazer caminhada. “Total bem-estar, para a cabeça então é uma beleza”, disse.
Braços e pernas como no esqui
Outro aparelho comum em locais públicos é o esqui, que trabalha braços e pernas. Sustentar por alguns segundos após o movimento serve para alongar a panturrilha.
Durante a prática, os pés devem estar apoiados na parte anterior da prancha para evitar escorregões. O correto é olhar para frente e não se distrair com o que acontece ao lado, virando a cabeça.
Equipamento esqui alterna movimentos de braços e pernas — Foto: Flávia Cristini/G1
“Geralmente, você faz um minuto e para, faz mais um minuto. Depende da pessoa. Difícil bater o martelo em cima de tempo e repetição. Comece e você mesmo vai ampliando”, pontua. É importante perceber o limite do corpo e reduzir o tempo se a atividade gerar cansaço.
Oliveira chama atenção para o risco de perder o equilíbrio na hora de entrar ou descer do equipamento. “Na hora de entrar no aparelho, apoie bem as mãos para subir e coloque um pé de cada vez. Na hora de descer, pare bem o movimento e saia devagar”, disse.
Atitudes simples dão segurança no uso do aparelho e evitam quedas. Na pressa, elas podem passar despercebidas. Outro deslize é deixar o joelho voltado para dentro, o que favorece batidas.
Alongamento
Tem também aparelho para esticar o corpo por completo. É o chamado alongador. “Na hora que você estende a perna, automaticamente você joga o bumbum para traz. Olhar reto, jogar o quadril para trás e continuar sustentando no abdômen. Pode sustentar por 15 segundos. Descansa, volta de novo”, orienta.
Educador mostra postura ideal na hora do alongamento — Foto: Flávia Cristini/G1
Oliveira coordena os cursos de Educação Física, Fisioterapia e Nutrição do Centro Universitário Una e tem trajetória marcante no esporte. Ele foi atleta profissional de voleibol, campeão Olímpico em Barcelona no ano de 1992 e Campeão World League em 1993 com a Seleção Brasileira.
Educador físico Talmo Oliveira foi campeão olímpico do vôlei em 1992 — Foto: Flávia Cristini/G1