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Caso Ilza

Júri por assassinato de idosa em Porto Alegre é cancelado após defensor passar mal

Nova data para o julgamento será marcada

24/05/2018 - 18h26min


Leticia Mendes

O julgamento dos dois réus acusados da morte da idosa Ilza Lima Duarte, 77 anos, ocorrida há 10 anos, em Porto Alegre, foi cancelado após 12 horas de sessão. Na noite de quarta-feira (23), um dos defensores passou mal, por conta de uma crise de hipertensão. Pablo Miguel Scher e Andréia da Rosa Scher serão julgados em nova data ainda indefinida. Além deles, outras três pessoas respondem pelo mesmo crime e também devem ir a julgamento.

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O defensor público Álvaro Roberto Antanavicius Fernandes passou mal durante o intervalo para o jantar, por volta das 21h. Ele chegou a ser atendido pela equipe médica do Tribunal de Justiça (TJ). O episódio ocorreu logo após os defensores se manifestarem. Ainda deveria ser realizada a réplica, pelo Ministério Público, e a tréplica da defesa. Fernandes chegou a retornar para o plenário e se dispôs a continuar a sessão, mas o juiz Felipe Keunecke Oliveira decidiu dissolver o conselho de sentença. Segundo o TJ, a medida visava tanto a saúde do defensor, como não prejudicar a defesa do réu.

— Estávamos numa situação de tensão e a minha pressão se elevou um pouco. Foi uma pena porque já tinham passado horas de trabalho — afirmou o defensor.

Reprodução / Ver Descrição
Ilza foi encontrada morta dentro de apartamento

Ainda não foi definida nova data para que os dois sejam julgados. O ex-auxiliar de serviços gerais do condomínio onde vivia a aposentada e a mulher dele, que trabalhava como empregada doméstica no mesmo prédio, são acusados de homicídio qualificado e fraude processual (por alterar a cena do crime). Segundo a acusação, Scher teria sido um dos autores do assassinato e Andréia teria limpado o apartamento da vítima para impedir a localização de vestígios. Durante o julgamento, os dois foram ouvidos e negaram envolvimento no crime. 

Paulo Giovani Lemos da Silva, que era porteiro do prédio, também que deveria ter sido julgado na quarta-feira (23), mas teve o júri adiado após apresentar novo defensor. O advogado argumentou que não teve tempo de estudar o processo.

— Saímos frustradas porque já são 10 anos esperando por isso. O juiz prometeu remarcar para logo. Esperamos que seja assim mesmo — disse uma das amigas de Ilza, que acompanhou todo o julgamento.

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Morte foi tratada como AVC

Mauro Vieira / Agencia RBS
Vítima vivia em prédio na Avenida Borges de Medeiros, no centro de Porto Alegre

As senhoras, que integravam o mesmo grupo de orações de Ilza, na Igreja Anglicana, aguardam pelo desfecho desde 2008. A morte da aposentada chegou a ser tratada inicialmente como um possível acidente vascular cerebral (AVC), mas o atestado de óbito apontou que ela foi estrangulada.

A polícia concluiu ao longo da investigação que a idosa foi assassinada a mando de um casal. O professor universitário Roberto Petry Homrich e a mulher, Maria Fernanda Corrêa Homrich, são acusados de terem planejado o crime, como forma de antecipar o recebimento de bens.

Amigos e vizinhos de Ilza, eram herdeiros de cinco apartamentos da aposentada. Os dois têm recursos em instância superior, por isso devem ir a julgamento em nova sessão. Ainda não há definição se o julgamento dos dois deverá ocorrer junto aos outros três réus. A defesa do casal Homrich informou que não está autorizada a se manifestar.

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