Por G1 Tocantins


Ricardo Dantas tinha mandado de prisão aberto desde 2016 — Foto: Divulgação

O empresário Ricardo Dantas foi preso pela Polícia Federal em Palmas nesta segunda-feira (17). Ele é suspeito de chefiar um grupo acusado de crimes contra o sistema financeiro, entre eles a prática da pirâmide financeira, e estava foragido desde 2016. As irregularidades eram praticadas em todo o país a partir de uma empresa denominada Aliança Online, com sede em Palmas.

O esquema foi desmantelado em 2016, depois que a Polícia Federal deflagrou a operação Queops. Naquela época, o empresário teve o mandado de prisão decretado, mas fugiu do país.

Durante as investigações a polícia verificou que a Aliança Online, que mantinha uma loja de eletrodomésticos em Palmas e um site pela internet, captou cerca de R$ 226 milhões, entre dezembro de 2015 e abril de 2016, prometendo ganhos de até 200% dos investimentos.

Dantas teria vivido no Paraguai nos últimos anos. O empresário se apresentou à Polícia Federal, que cumpriu o mandado de prisão preventiva contra ele na manhã desta segunda-feira (16).

Conforme o Ministério Público Federal, durante audiência de custódia na tarde desta segunda-feira a Justiça Federal determinou uma fiança de R$ 2 milhões. Porém, o empresário alegou não ter o valor e por isso foi mandado para a Casa de Prisão Provisória de Palmas.

Ainda segundo o MPF, a procuradoria está analisando o caso para ver quais os próximos passos.

O G1 ligou para o advogado de Ricardo Dantas, mas as ligações não foram atendidas.

Sede da Aliança Online foi alvo de operação em Palmas — Foto: Ana Paula Rehbein/Divulgação

Entenda

A operação Queops foi deflagrada em Palmas no dia 11 de outubro de 2017. A Justiça Federal expediu 11 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de condução coercitiva, quando alguém é levado para prestar depoimento, e um mandado de prisão preventiva.

"Quando nós recebemos as primeiras informações, em dezembro do ano passado [2015], e fizemos as primeiras diligencias foi constatado que a empresa se intitulava como empresa de marketing multinível. No decorrer da investigação observamos que não era esse o objeto do negócio, era realmente o marketing financeiro. Eles prometiam uma alta remuneração em relação aos valores colocados à disposição da empresa, em forma de cotas de R$ 200, R$ 500 e R$ 1 mil", explicou o delegado Cleyber Malta naquela ocasião.

Em maio de 2016, a Justiça bloqueou cerca de R$ 300 milhões da empresa, após denúncias de franqueados. Depois disso, um grupo de 70 pessoas invadiu uma loja de eletrodomésticos ligada ao esquema e saqueou vários eletrodomésticos, em Palmas.

Esquema

A Aliança tinha como atividade principal a captação de recursos financeiros de associados, sem autorização legal, atraindo investidores sob a promessa de "ganhar dinheiro fácil", disse a polícia.

Segundo investigações do Ministério Público Estadual, uma pessoa que comprou uma franquia da empresa no valor de R$ 1 mil teria informado que o ganho era de R$ 84 por dia, mas depois os valores começaram a cair. Isso porque para se manter esse modelo de pirâmide financeira precisa sempre atrair novos membros.

Ainda conforme a Polícia Federal o esquema chegou a contar com aproximadamente 250 mil cotas em várias regiões do país. O grupo é investigado por crimes contra o sistema financeiro, contra a economia popular, contra a ordem tributária, por estelionato e lavagem de dinheiro, entre outros.

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